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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

História das Ervas

Oriente

O país com a mais longa e ininterrupta tradição nas ervas é a China. Quando morreu em 2698 a.C., o lendário imperador Shen Nung já provara 100 ervas; menciona em seu "Cânone das Ervas" 252 plantas, muitas ainda em uso. Cem anos mais tarde, o Imperador Amarelo, Huang Ti, formalizou a Teoria Médica no Nei Ching. No século VII, o governo da dinastia Tang imprimiu e distribuiu pela China uma Revisão do Cânone de Ervas. Em 1578, Li Shizhen completou seu "Compêndio de Matéria Médica", onde listou 1.800 substâncias medicinais e 11.000 receitas de compostos fitoterápicos.


Médio Oriente

Placas de barro de 3.000 AC registram importações de ervas para a Babilônia (trocas com a China de ginseng aconteceram por volta de 2.000 a.C.). A farmacopéia babilônia abrangia 1.400 plantas. O historiador grego Heródoto mencionou que muitos babilônios eram médicos amadores, e que os doentes deitavam na rua e pediam conselhos a quem passava.

O primeiro médico egípcio conhecido foi Imhotep (2980 a 2900 a.C.), foi o sacerdote que desenhou uma das primeiras pirâmides. Grande curandeiro, chegou a ser deificado; utilizava ervas medicinais em seus preparados mágicos. Os Papiros de Ebers do Egito foram um dos herbários mais antigos que se têm conhecimento, datando de 1550 a.C., e ainda estão em exibição no Museu de Leipzig (são 125 plantas e 811 receitas). Nota-se a astrologia integrada na medicina egípcia.

Na mesma época, médicos indianos desenvolviam avançadas técnicas cirúrgicas e de diagnóstico, e usavam centenas de ervas nos seus tratamentos. Segundo os hindus, "as ervas eram as filhas prediletas dos deuses".


Grécia

No século III a.C. um curandeiro chamado Asclépio, grande conhecedor de ervas, concebeu um sistema de cura (também chamado Esculápio de Cos, era filho do deus Apolo e da ninfa Corônis), fundando o primeiro spa de que se tem conhecimento, em Epidauro, com tratamentos baseados em banhos, jejum, chás, uso terapêutico de música, teatro e jogos. Os templos de cura pipocaram em toda Grécia, e Asclépio foi deificado. Seiscentos anos depois, Tales de Mileto e Pitágoras compilaram essas receitas. Os gregos adquiriram seus conhecimentos de ervas na Índia, Babilônia, Egito e até mesmo na China.


Idade Média

Nesta fase, a Pérsia tornou-se o centro de perfeição da época, com os textos médicos gregos sendo traduzidos para o árabe. Na Europa os progressos foram dificultados pela Igreja, que não via com bons olhos a aprendizagem científica, e encaravam a doença como um castigo; a medicina das plantas restringiu-se aos monges nos mosteiros e a algumas mulheres de aldeias remotas.


Renascimento

O século XV traz a era dourada para as ervas a partir da observação dos resultados dos remédios com base nas mesmas. Nesse ambiente racional as mulheres foram proibidas de estudar e os curandeiros não profissionais eram considerados hereges.


Era Industrial e Idade Moderna

A ciência levou ao desenvolvimento do assunto sobre as ervas, sintetizando partes das plantas e concentrando dosagens.

O período com o menor uso das ervas deu-se no início do século XX mas, devido aos efeitos colaterais das drogas artificiais e a ecologia incentivando as pessoas a uma volta ao natural, um fantástico renascimento da utilização das ervas vem ocorrendo.


América

O primeiro herbário das Américas de que se tem conhecimento foi o Manuscrito Badanius, herbário asteca do século XVI, localizado em Nahuatl.

No Brasil, em 1995, o consumo de medicamentos caiu a níveis alarmantes. A pesquisa SOS FARMA, realizada para levantar as causas desta queda, revelou que, das 400 famílias pesquisadas, 91,9% se automedicavam com ervas e 46,6% as cultivavam nos quintais. Dados da Associação Brasileira da Indústria Farmacológica apontam que as vendas de medicamentos sintéticos cresceram 16% naquele ano, enquanto o consumo de fitoterápicos cresceu 20%. Tanto assim que a CEME, Central de Medicamentos, está financiando pesquisas em universidades na área fitoterápica.  O médico Celerino Carriconde, coordenador do Centro Nordestino de Medicina Popular, acredita que o uso de fitoterápicos pode reduzir à metade os gastos da população com medicamentos e com os mesmos resultados dos alopáticos.

Há também o Projeto Farmácias Vivas criado pelo Professor Francisco Abreu de Matos, da Universidade Federal do Ceará, bisneto do cirurgião Francisco José de Matos, o criador da "pilúla de mato", que desde 1888 é usada no sertão cearense no combate a prisão de ventre.


Cigano Azul

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