Oriente
O país com a mais longa e ininterrupta tradição nas
ervas é a China. Quando morreu em 2698 a.C., o lendário imperador Shen Nung já
provara 100 ervas; menciona em seu "Cânone das Ervas" 252 plantas,
muitas ainda em uso. Cem anos mais tarde, o Imperador Amarelo, Huang Ti,
formalizou a Teoria Médica no Nei Ching. No século VII, o governo da dinastia
Tang imprimiu e distribuiu pela China uma Revisão do Cânone de Ervas. Em 1578,
Li Shizhen completou seu "Compêndio de Matéria Médica", onde listou 1.800
substâncias medicinais e 11.000 receitas de compostos fitoterápicos.
Médio
Oriente
Placas de barro de 3.000 AC registram importações de
ervas para a Babilônia (trocas com a China de ginseng aconteceram por volta de
2.000 a.C.). A farmacopéia babilônia abrangia 1.400 plantas. O historiador
grego Heródoto mencionou que muitos babilônios eram médicos amadores, e que os
doentes deitavam na rua e pediam conselhos a quem passava.
O primeiro médico egípcio conhecido foi Imhotep
(2980 a 2900 a.C.), foi o sacerdote que desenhou uma das primeiras pirâmides.
Grande curandeiro, chegou a ser deificado; utilizava ervas medicinais em seus
preparados mágicos. Os Papiros de Ebers do Egito foram um dos herbários mais
antigos que se têm conhecimento, datando de 1550 a.C., e ainda estão em
exibição no Museu de Leipzig (são 125 plantas e 811 receitas). Nota-se a
astrologia integrada na medicina egípcia.
Na mesma época, médicos indianos desenvolviam
avançadas técnicas cirúrgicas e de diagnóstico, e usavam centenas de ervas nos
seus tratamentos. Segundo os hindus, "as
ervas eram as filhas prediletas dos deuses".
Grécia
No século III a.C. um curandeiro chamado Asclépio,
grande conhecedor de ervas, concebeu um sistema de cura (também chamado
Esculápio de Cos, era filho do deus Apolo e da ninfa Corônis), fundando o
primeiro spa de que se tem conhecimento, em Epidauro, com tratamentos baseados
em banhos, jejum, chás, uso terapêutico de música, teatro e jogos. Os templos
de cura pipocaram em toda Grécia, e Asclépio foi deificado. Seiscentos anos
depois, Tales de Mileto e Pitágoras compilaram essas receitas. Os gregos
adquiriram seus conhecimentos de ervas na Índia, Babilônia, Egito e até mesmo na
China.
Idade Média
Nesta fase, a Pérsia tornou-se o centro de
perfeição da época, com os textos médicos gregos sendo traduzidos para o árabe.
Na Europa os progressos foram dificultados pela Igreja, que não via com bons olhos
a aprendizagem científica, e encaravam a doença como um castigo; a medicina das
plantas restringiu-se aos monges nos mosteiros e a algumas mulheres de aldeias
remotas.
Renascimento
O século XV traz a era dourada para as ervas a
partir da observação dos resultados dos remédios com base nas mesmas. Nesse
ambiente racional as mulheres foram proibidas de estudar e os curandeiros não
profissionais eram considerados hereges.
Era Industrial
e Idade Moderna
A ciência levou ao desenvolvimento do assunto sobre
as ervas, sintetizando partes das plantas e concentrando dosagens.
O período com o menor uso das ervas deu-se no
início do século XX mas, devido aos efeitos colaterais das drogas artificiais e
a ecologia incentivando as pessoas a uma volta ao natural, um fantástico renascimento
da utilização das ervas vem ocorrendo.
América
O primeiro herbário das Américas de que se tem
conhecimento foi o Manuscrito Badanius, herbário asteca do século XVI, localizado
em Nahuatl.
No Brasil, em 1995, o consumo de medicamentos caiu
a níveis alarmantes. A pesquisa SOS FARMA, realizada para levantar as causas desta
queda, revelou que, das 400 famílias pesquisadas, 91,9% se automedicavam com
ervas e 46,6% as cultivavam nos quintais. Dados da Associação Brasileira da Indústria
Farmacológica apontam que as vendas de medicamentos sintéticos cresceram 16%
naquele ano, enquanto o consumo de fitoterápicos cresceu 20%. Tanto assim que a
CEME, Central de Medicamentos, está financiando pesquisas em universidades na
área fitoterápica. O médico Celerino Carriconde,
coordenador do Centro Nordestino de Medicina Popular, acredita que o uso de
fitoterápicos pode reduzir à metade os gastos da população com medicamentos e
com os mesmos resultados dos alopáticos.
Há também o Projeto Farmácias Vivas criado pelo
Professor Francisco Abreu de Matos, da Universidade Federal do Ceará, bisneto
do cirurgião Francisco José de Matos, o criador da "pilúla de mato", que desde 1888 é usada no sertão
cearense no combate a prisão de ventre.
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