O Xintoísmo é considerado a religião nativa do Japão. Sua origem vem da pré-história japonesa, mas não é possível dizer uma data em que ele surgiu. Começou com um monte de costumes e tradições, além de uma grande mitologia para explicar a natureza das coisas e a origem do mundo e do povo japonês.
A crença fundamental do Xintoísmo baseia-se na existência dos kami, que são as entidades divinas, espíritos ou deuses. O mais importante kami Xintoísta é Amaterasu Omikami, a deusa do sol. Segundo a mitologia japonesa, ela seria a criadora do Japão, a Terra do Sol Nascente, e o primeiro imperador do Japão, Jimmu Tenno, seria descendente da deusa.
Para o Xintoísmo, todos os elementos naturais, como os animais, vegetais ou minerais possuem seus kami. Assim, os rios, as árvores, as rochas e os vulcões são considerados manifestações divinas, ou kami. Segunda essa crença, tudo no universo teria se originado da mesma fonte.
Uma das mais importantes características do Xintoísmo é a purificação do corpo e da alma, realizada em diversos rituais, levando em consideração que a purificação é necessária sempre que se tem contato com a impureza, o que, muitas vezes, é inevitável. De acordo com o Xintoísmo, aqueles que ignoram isso encontrarão apenas o sofrimento e serão punidos pelos kami. Mas estes sempre teriam novas chances.
Um dos mais importantes princípios xintoístas diz que o respeito à natureza como meio de purificação e amadurecimento espiritual, deve ser seguido sempre. Desse jeito, assim como o homem tem direito de usar a natureza para conseguir sustento e conforto, tem tamb´rm o dever de preservá-la e cultivá-la.
Os santuários xintoístas são feitos de madeira geralmente em lugares muito bonitos e de muita natureza, além de ter como função a realização de festivais e rituais de purificação. Alguns deles são derrubados e reconstruídos periodicamente, o que representa a impermanência da vida. É fácil diferenciar um santuário xintoísta de um templo budista devido aos portões (torii) que ficam na frente deles.
O Xintoísmo quase em nenhum momento entrou em conflito com o Budismo, que chegou ao país no século VI. Mas com o passar do tempo, a relação que era apenas de aceitação passou a ser de complementaridade e de sincretismo entre as duas religiões. Assim, idéias budistas foram usadas para explicar mitos xintoístas, e muitos kami foram considerados Budas.
Como os japoneses nunca gostaram de ter apenas uma religião, é normal nos dias de hoje uma família praticar rituais tanto xintoístas como budistas.
Cigano Azul
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