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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Orixás - Influências e Características

Para ter certeza de qual é o seu orixá, só mesmo consultando os búzios. Mas nada impede que você se familiarize com eles identificando as características divinas que influenciam tanto a sua personalidade como a das pessoas ao seu redor.:

Você já deve ter pulado sete ondas em homenagem a Iemanjá, provavelmente também já viu algum conhecida usando branco às sextas-feiras só para agradar a Oxalá. O magnetismo dos deuses africanos que regem as matas, os oceanos, os ventos e as tempestades ultrapassou a fronteira dos terreiros para exercer sua influência sobre adeptos dos mais variados credos ou até mesmo sobre aqueles que não professam religião alguma, mas reverenciam a natureza. Reinando absolutos no candomblé, a religião trazida da África pelos escravos, os orixás também estão presentes na Umbanda, que nasceu no Brasil no início do século 20, misturando elementos de ritos africanos, catolicismo, espiritismo e ocultismo. Nesse caldeirão da Umbanda, eles convivem com entidades como os caboclos e pretos-velhos, de linhagem inferior, já que não são deuses, e sim espíritos. A coreógrafa Ana Vitória se apaixonou pelos orixás durante um curso de dança afro na Universidade da Bahia. A atração foi tão grande que nem a sólida formação católica nem os anos passados em colégio de freiras constituíram obstáculo para a aproximação. "Sou protegida de Oxóssi e filha de Oxum, a deusa do amor e da fertilidade. Estava tentando ter uma segunda filha quando dancei para ela num espetáculo-solo. Com isso, acho que abri um canal, pois logo depois engravidei.”

Na opinião da antropóloga Rita Segato, o panteão africano funciona como um zodíaco à brasileira, um poderoso instrumento de decifração e de leitura de personalidades, porque cada pessoa tem o próprio orixá baseado no seu jeito de ser. “Mas a palavra final é do jogo de búzios, que confirma quem será seu guia por toda a vida”, ensina ela, que também é professora da Universidade de Brasília e autora do livro Santos e Daimones: o Politeísmo Afro-Brasileiro e a Tradição Arquetipal (Editora Universidade de Brasília). O famoso oráculo de búzios é consultado pelos pais e mães-de-santo do candomblé. Eles têm autoridade para dar conselhos e, além do “orixá de cabeça”, apontam quem é o “juntó”, um segundo protetor, que também influi no caráter. Enquanto na África o panteão integra mais de 400 deuses, no Brasil a lista não ultrapassa duas dúzias, entre os quais há nove que disparam em popularidade: Iemanjá, Oxum, Ogum, Xangô, Oxóssi, Iansã, Obaluaiê ou Omulu, Oxalá e Exu. Todos contam com correspondentes na Igreja Católica, pois, como os escravos eram proibidos de cultuá-los, procuravam paralelos para despistar os senhores de engenho. Assim, Iemanjá é Nossa Senhora da Conceição; já o polêmico Exu não combinava com santo nenhum e foi erroneamente associado ao diabo. As razões são históricas, acredita Armando Vallado, sociólogo e pai-de-santo, autor do livro Iemanjá, a Grande Mãe Africana do Brasil (Ed. Pallas): “Exu é um orixá brincalhão, o mediador entre os humanos e deuses. Sua aura de intensa sexualidade apavorou os jesuítas na época em que as religiões africanas chegaram ao Brasil”. A questão é que, sem Exu, o mensageiro, não conseguimos nos comunicar com os deuses. “Por isso é importante tratá-lo bem, acendendo velas e oferecendo-lhe bebidas e comidas”, explica o músico Luis Felipe de Lima. Filho de Oxalá, não descuida dos outros deuses e sabe como agradar a todos eles.

Os orixás estão à nossa disposição para ajudar a resolver qualquer assunto, seja dinheiro, saúde ou amor. A conhecida “amarração”, por exemplo, é um rito para trazer o amado para perto – cerimônia que nem todo pai-de-santo concorda em comandar porque envolve a manipulação de pessoas. As magias consideradas “maléficas” existem, porém são tabu e ninguém toca muito no assunto: alguns estudiosos afirmam que os trabalhos realizados nos terreiros dependem do grau de consciência do devoto (que faz o pedido) e dos chefes espirituais (que evocam os deuses para realizá-lo). De qualquer modo, a rígida fronteira entre bem e mal e a noção de pecado do mundo judaico-cristão não fazem sentido no candomblé, que não estabelece regras de conduta. Como os deuses da mitologia grega, eles têm características admiráveis ou questionáveis, apresentando grande complexidade, o que só aumenta o seu fascínio.

Exú, o Mensageiro
Esse controvertido orixá é o primeiro a ser homenageado nas cerimônias para evitar que atrapalhe o ritual, já que compostura não é com ele. Guardião das encruzilhadas, ele circula na fronteira entre a matéria e o espírito. Os filhos de Exu primam pela inteligência e a astúcia, podendo fazer trapaças. Sentem prazer em comer e beber, têm humor e adoram sexo. A pombagira representa sua versão feminina.
Elemento natural: minérios de ferro
Cores: preto e vermelho
Dia da semana: segunda-feira
Sincretismo: diabo


Oxalá, o Pai
Reverenciado como o deus da criação, ele gerou a terra, os homens, os orixás. Seus filhos demonstram talento para as funções de chefia, magistério, trabalhos criativos e culturais. Adoram desafios, apreciam ser tratados como especiais e transformam-se em notáveis adversários quando encontram oposição. A aura de dignidade é comum entre os filhos de Oxalá, mas eles também podem se revelar pessoas mandonas ou mesmo chatas.
Elemento natural: ar
Cor: branco
Dia da semana: sexta-feira
Sincretismo: Jesus Cristo


Iemanjá, a Grande Mãe
Senhora dos rios, mares e oceanos, ela é a matriarca dos orixás, personificando a responsabilidade e o encanto da função materna. Embora Iemanjá seja representada como uma mulher linda, o forte de seus descendentes não é a beleza, e sim a capacidade de trabalhar e de proteger a família – suas filhas são ótimas mães. O maior defeito de seus filhos e filhas é falar demais e não saber guardar segredo.
Elemento natural: água do mar e dos grandes rios
Cores: branco, azul e verde-claro
Dia da semana: sábado
Sincretismo: Nossa Senhora da Conceição 


Oxóssi, o Caçador
O orixá da fauna e da fartura concede aos seus filhos o dom da elegância e curiosidade. Embora sejam bons pais e mães, joviais e amigáveis no trato, têm dificuldade com os parceiros amorosos e costumam apreciar a solidão. Os descendentes de Oxóssi não conseguem ser monogâmicos e sentem-se livres para quebrar compromissos, passando às vezes por irresponsáveis.
Elemento natural: matas e florestas
Cores: verde e azul turquesa
Dia da semana: quinta-feira
Sincretismo: São Jorge e São Sebastião


Omulú, o Curador
O deus da peste conhece tanto as doenças quanto as curas. Transita entre os vivos e os mortos usando uma capa de palha para esconder suas chagas. Quando bebê, Omulu foi abandonado pela mãe e encontrado por Iemanjá, que curou suas feridas. Tímidos e solitários, os filhos desse orixá derretem-se quando recebem atenção e amor, revelando-se bons amigos. É possível que se tornem deprimidos ou sábios na velhice.
Elemento natural: terra e subsolos
Cores: preto, branco e vermelho
Dia da semana: segunda-feira
Sincretismo: São Lázaro e São Roque


Ogum, o Guerriro
O deus da guerra, da metalurgia e da tecnologia facilita o progresso, as conquistas e as viagens. Seus filhos distinguem-se pela teimosia e pelas atitudes arrojadas. Dotados de uma frieza racional, fazem qualquer coisa pelos amigos, mas não sabem amar sem machucar e acabam despedaçando corações. Dividem a fama de grandes amantes com os filhos de Exu, que é irmão de Ogum.
Elemento natural: ferro forjado
Cor: azul
Dia da semana: terça-feira
Sincretismo: Santo Antônio e São Jorge


Xangô, o Justiceiro
Os filhos do deus do trovão e da justiça se dão muito bem na área de advocacia, negócios e burocracia. De constituição física sólida, eles aparentam integridade e têm apetite por comida, dinheiro e poder – é comum envolverem os outros em suas guerras pessoais. Gostam de ostentar seus amantes, a fidelidade não é o seu forte. Bons amigos e excelentes pais, defendem suas crias como ninguém.
Elemento natural: rochas, raios e trovões
Cores: vermelho, marrom e branco
Dia da semana: quarta-feira
Sincretismo: São Jerônimo e São João


Oxum, a Sedutora
A deusa da água doce, do ouro, da fertilidade e do amor é supervaidosa e a esposa favorita de Xangô. Seus descendentes espirituais detestam a pobreza e a solidão. Costumam ser pessoas insinuantes, que sabem agradar aos seus amores, o que, por outro lado, não as impede de tentar manipulá-los. A beleza e a fortuna – duas coisas que Oxum adora e oferta aos protegidos – podem tanto ser uma dádiva quanto um pretexto para a arrogância.
Elemento natural: rios, lagos e cachoeiras
Cores: amarelo e dourado
Dia da semana: sábado
Sincretismo: Nossa Senhora das Candeias


Iansã, a Guerreira
Senhora dos raios e das tempestades, é a esposa de Xangô que o acompanha nas batalhas e conduz a alma dos mortos ao outro mundo. Deusa do erotismo, Iansã torna os seus filhos mais dotados para a prática do sexo do que para o cultivo paciente do amor. Corajosos, eles podem dar a vida pelas pessoas que gostam, mas não admitem traição. A conversa brilhante e o jeito extrovertido são suas marcas.
Elemento natural: raios, ventos e relâmpagos
Cores: marrom, branco e vermelho
Dia da semana: quarta-feira
Sincretismo: Santa Bárbara

Fonte: http://claudia.abril.com.br/galerias/iemanja-oxala-ogum-xango-e-as-caracteristicas-e-influencias-de-outros-cinco-orixas/?p=/astral/esoterismo

Cigano Azul

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